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Educação patrimonial, inventários e convênios marcam os 100 dias da ação do Iphaep no Governo João Azevêdo
O tempo não para... E o trabalho segue e se renova, no sentido de preservar os bens culturais, móveis e imóveis do patrimônio histórico, artístico, memorialístico, ecológico e paisagístico das cidades paraibanas. No momento em que se contabilizam os primeiros 100 dias da administração do Governo João Azevedo, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphaep) elenca uma série de ações que têm como foco os pilares: educação patrimonial, inventários e convênios, além das fiscalizações, vistorias e análises de projetos que norteiam o dia-a-dia dos seus técnicos. “Num universo muito especial, nossa equipe tem se responsabilizado por uma assessoria específica, nos imóveis que estão sendo recuperados pelo Governo do Estado, a exemplo da Casa de João Pessoa e do Tribunal de Justiça, tombados individualmente, e que fazem parte da paisagem e da memória afetiva dos pessoenses de várias gerações”, revela a diretora executiva do Iphaep, Cassandra Figueiredo.
No tocante à educação patrimonial, a equipe tem buscado valorizar a discussão de temas relevantes para o entendimento do passado do Brasil e da Paraíba, a fim de que se possa construir um presente sólido e que permita vislumbrar como será o futuro. O Memorial José Rodrigues de Carvalho, instalado na própria sede do Iphaep, em João Pessoa, está aberto à visitação pública, da comunidade, das escolas e também de grupos específicos. No mês passado, alunos da professora Vilma de Lourdes, do Departamento de História da UFPB, conheceram as instalações e puderam saber detalhes sobre o construtor da casa, o advogado e jornalista José Rodrigues de Carvalho, e tiveram acesso à história do imóvel, que foi erguido entre 1920-1922, servindo, ao longo dos anos, como repartição pública de vários órgãos, até ser tombado em 1980 sediar o Instituto do Patrimônio Estadual. No Memorial, os visitantes também puderam reconhecer os traços culturais e os costumes antropológicos de primeiros moradores do casarão da Avenida João Machado.
“Ainda na mesma linha, utilizando a educação como um veículo para o conhecimento, o Núcleo de Antropologia Visual discutiu este ano, em João Pessoa, sobre o tema “Repensando o Brasil: a imaginação sociológica de Jessé Souza”, enquanto que o Fórum de Ciência e Cultura ensejou recentemente, em Campina Grande, uma roda-de-conversa acerca dos “Saberes e Fazeres das Artesãs Paraibanas”, lembrou a gestora do Iphaep.
HISTÓRIA – A Paraíba possui centenas de bens culturais (a maioria deles, imóveis) tombados e, ainda, 15 Centros Históricos. De João Pessoa, a Campina Grande, passando por Bananeiras e São João do Rio do Peixe, a atuação do Iphaep vai do Litoral ao Sertão. A diretora explica que, “para facilitar o trabalho na capital paraibana e atendendo à uma solicitação do Ministério Público Estadual, o Instituto assinou um Convênio com o Unipê, para a realização do Inventário de Bens Imóveis Tombados isoladamente, resultando numa Base Cartográfica Georreferenciadas, que vem para facilitar os procedimentos e metodologias de estudo urbano e zoneamento de áreas tombadas”.
Cassandra conta, ainda, sobre uma outra parceria, desta vez com a UFCG, para realização do Inventário de Bens Imóveis de Itabaiana. “Mais de 60% do material já foi concluído, o que é um grande passo para a efetivação do Tombamento do Centro Histórico da cidade. Atualmente, Itabaiana já é protegida, através do ato administrativo do Cadastramento”.
Já em fase de finalização, a equipe do Iphaep estará entregando à população, nos próximos dias, o Inventário dos Bens Móveis e Integrados do Palácio da Redenção. Sede do Governo do Estado, o imóvel foi construído na época do pós-descobrimento da antiga Parahyba (no século XVI). Apesar de ter passado por algumas modificações, o bem preserva traços da arte colonial e possui um rico e diversificado acervo de bens móveis (mural, telas, utensílios e mobiliário).
Para reforçar as atividades diárias e intensificar o olhar sobre o patrimônio, a diretora comenta que, já nestes primeiros 100 dias do Governo João Azevedo, foi efetivada uma parceria que deverá fazer história e render muitos frutos preservacionistas. “Agora, o Iphaep, o Crea e o CAU estão trabalhando juntos, buscando o aperfeiçoamento das ações fiscalizadoras dos bens culturais paraibanos”, diz a gestora.
Conpec – Órgão deliberativo do Iphaep, o Conselho de Proteção dos Bens Históricos Culturais (Conpec), empossou, no dia 20 de março passado, os 18 Conselheiros que atuarão durante o biênio 2019-2020. Eles serão responsáveis pela análise, parecer, deliberação e, por fim, a aprovação (ou não) dos projetos arquitetônicos, paisagísticos e ecológicos que forem objetos de instrumentalização por parte dos técnicos do Instituto do Patrimônio da Paraíba. Os nomes e seus respectivos suplentes foram indicados pelas entidades governamentais e não governamentais e tiveram as homologações feitas pelo Governador do Estado da Paraíba. A lista foi publicada no Diário Oficial do Estado.
“Na ocasião, além da posse dos novos conselheiros, tivemos a realização da primeira reunião do ano, tendo sido analisados e deliberados 06 (seis) processos”, lembra a diretora do Iphaep. “Foi um momento importante, para apresentarmos as diretrizes e também conhecer alguns dos nomes que, pela primeira vez, participam agora, com direito a voz e voto, das discussões e deliberações do patrimônio estadual”.
Segundo lembra Cassandra Figueiredo, preservar o passado, mas sem perder de vista o presente e o futuro das cidades paraibanas – em especial àquelas que têm Centro Histórico ou bens culturais tombados – continuará sendo a grande missão diária dos servidores do Iphaep no Governo João Azevedo. “E isto é ainda mais relevante quando os projetos de recuperação ou requalificação têm a aprovação, o aval e a anuência dos conselheiros do nosso órgão máximo e deliberativo”.