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Unidade prisional de Sapé colhe primeiros morangos cultivados em sistema semi-hidropônico

publicado: 01/10/2025 22h15, última modificação: 02/10/2025 09h14
Projeto “Hortas para a Liberdade” une ressocialização, capacitação e sustentabilidade
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A Penitenciária Regional de Sapé, na Paraíba, celebrou a colheita dos primeiros morangos produzidos dentro da unidade por reeducandos, através do sistema de cultivo semi-hidropônico. A ação integra o programa “Hortas para a Liberdade”, uma iniciativa da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária da Paraíba (Seap-PB) em parceria com o Poder Judiciário da Paraíba, lançada em julho de 2024.

O programa tem como objetivo promover a ressocialização de pessoas privadas de liberdade, oferecendo capacitação profissional, ocupação produtiva, geração de renda e melhoria da alimentação nas unidades prisionais.

A visita institucional à estufa de produção contou com a presença do secretário de Estado da Administração Penitenciária da Paraíba, João Alves; da juíza Adriana Lins, da Comarca de Sapé; do procurador-geral do município, Aderbal Vilmar, e demais autoridades.

O secretário João Alves (Seap/PB), destacou: "As pessoas que aqui estiveram ficaram encantadas com a estufa, com a plantação de morangos e com o cuidado na manutenção. Quero parabenizar o diretor da unidade, os policiais penais e os reeducandos que se dedicaram a esse projeto. Isso é ressocialização de verdade: mão de obra prisional sendo aplicada na produção de alimentos, com uma colheita de qualidade. O projeto vai seguir e temos a perspectiva de ampliação".

A juíza Adriana Lins, que acompanha o projeto desde o início, enfatizou o caráter transformador da ação: “É um projeto fantástico. O Judiciário contribuiu com verba para aquisição de maquinários. Aqui não se trata apenas de ocupação para os reeducandos, mas de capacitação para o exercício de um ofício, que pode ser continuado fora do presídio. O objetivo maior é a geração de renda. Com os morangos, virão também as geleias, que podem trazer retorno financeiro para o projeto e para os internos'.

O cultivo, realizado de forma sustentável e sem uso de agrotóxicos, foi possível graças ao trabalho técnico do agroecólogo Lucas Bras, da Gerência de Ressocialização da Seap-PB. “É uma grande satisfação estar nesse ambiente, proporcionando mudança e melhorando a convivência. A produção de morangos enriquece o que antes era voltado apenas para folhosas. Agora, temos também o beneficiamento: a geleia de morango, com expectativa de produzir entre 1.500 e 2.000 potes por ano. É uma capacitação técnica real, com valor social imensurável”, afirmou Lucas.

O diretor da unidade, Cícero Júnior, revelou que a ideia de cultivar morangos nasceu de um desejo pessoal que virou motivação coletiva: “Tínhamos uma estrutura pronta para qualquer plantio, mas queríamos algo mais desafiador e com maior retorno. Sugeri os morangos ao Lucas porque meu filho é fã da fruta. Ele foi minha inspiração. Hoje, ver os morangos crescendo aqui dentro é emocionante". 

Já o gerente de Ressocialização da Seap-PB, João Rosas, reforçou o caráter inovador da iniciativa: “Estamos em mais uma inauguração de um projeto de reinserção social que fortalece a cidadania. Aqui, a produção de morango com técnicas sustentáveis mostra que é possível capacitar reeducandos para atuar em sistemas hidropônicos, com uso de torres verticais e manejo técnico de alimentos. Além de gerar valor de mercado, o projeto agrega valor social. É assim que quebramos o ciclo da violência: com educação, profissionalização e dignidade".

Reeducandos relatam transformação pessoal

Os maiores beneficiados são os próprios internos, que relatam a experiência como transformadora:

— Manoel Batista Vieira, declarou: “Maravilhoso. Trabalho com plantio há anos, mas os morangos me encantam. Quando estou na horta, esqueço que estou preso. Me sinto em casa, no meu terreiro.”

— Marcelo Onório, expressou: “É uma experiência única. Agradeço a Deus e ao secretário por essa oportunidade. A horta é orgânica e requer muito cuidado. É um grande aprendizado.”

— Antônio Carlos Barbosa, ressaltou: “Nunca imaginei ver morangos sendo colhidos dentro de um presídio. Quando vejo eles nascendo e amadurecendo, fico de boca aberta. É algo que emociona".

Próximos passos

A próxima etapa do projeto prevê o início da produção de geleia de morango na unidade, ampliando as possibilidades de geração de renda e qualificação profissional. O modelo desenvolvido em Sapé poderá ser replicado em outras unidades prisionais da Paraíba, consolidando a política pública de ressocialização com base no trabalho, na educação e na sustentabilidade.

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Ascom-Seap/PB

Por Josy Gomes Murta