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Seap-PB realiza em Campina Grande segunda edição da campanha Setembro Amarelo – o ano inteiro pela vida
Nesta terça-feira (16), policiais penais e convidados participaram em Campina Grande do evento “Setembro Amarelo o ano inteiro pela vida”, realizado na UNIFIP – Campus Campina Grande, com a abordagem dos psicólogos Paulo Celson e Rafael Pereira - sobre a temática Prevenção do Suicídio e Valorização da Vida: compromisso coletivo.
A iniciativa da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Seap-PB) por meio da Coordenação de Atenção Biopsicossocial ocorre desde o ano de 2024.
As atividades tiveram início com acolhimento especial e a dinâmica: Mural da Vida. Momento de compartilhamento de palavras, lembranças que dão sentido às suas vidas e uma parada para um registro fotográfico. Em seguida, a equipe de recepção entregou a cada participante do evento a “Cartilha Setembro Amarelo”, um material valioso para a promoção da saúde e valorização da vida, além de um laço amarelo, símbolo da campanha.
A psicóloga e policial penal Silnara Galdino, organizadora do evento, avalia que mais uma vez a ação traz a esperança de que os participantes se tornem agentes multiplicadores de informação sobre os cuidados com a saúde mental.
“Essa ação é parte de um esforço contínuo para disseminar gradualmente os conceitos de valorização da vida e bem-estar mental. Reconhecemos a necessidade de ampliar o alcance dessas iniciativas a todos os servidores, e por isso daremos continuidade às nossas ações, visando atingir um número cada vez maior de policiais penais. Acreditamos que, com sensibilidade e compreensão, é possível reconhecer a importância de cuidarmos da nossa saúde mental”.
A psicóloga e professora da UNIFIP, Ana Karenyna de Moraes Lima, destacou que a faculdade recebe com entusiasmo a parceria com a Seap compreendendo a importância que se dá à saúde mental dos policiais penais, entendendo o quanto é importante falar sobre valorização da vida dentro do ambiente de trabalho.
“Falar sobre saúde mental precisa deixar de ser um tabu dentro da instituição de trabalho e entre os colegas de trabalho. Porque não tenho vergonha de falar sobre a saúde do corpo, quando vou para a academia malhar. Então, esta campanha é de extrema importância porque o adoecimento mental ele não escolhe pessoas, ele só acomete, então, que continuemos juntos de mãos dadas, não apenas no setembro amarelo, mas por todo o ano em prol da saúde mental, principalmente dos trabalhadores da segurança da Paraíba”.
O psicólogo e professor Paulo Celson observa que falar sobre saúde mental e suicídio é tratar de uma questão que não se limita ao sujeito, mas trata-se de um fenômeno que atravessa a sociedade, a saúde, as políticas públicas, a cultura, o ambiente de trabalho e, sobretudo, as condições de vida de cada sujeito.
O especialista acrescentou: “Abordar essa temática é também uma forma de cuidar da vida não apenas da comunidade civil, mas igualmente da categoria policial (seja ela civil, militar ou penal). Significa romper o silêncio, enfrentar o estigma, ultrapassar a culpabilização e, principalmente, reconhecer a dor de quem sofre. É compreender que nós, profissionais da saúde ou da segurança pública, também estamos vulneráveis e precisamos criar espaços de escuta, acolhimento e respeito, humanizando nossas práticas no trabalho e na comunidade”.
Por fim, o professor nos apresenta esta reflexão: “Diante do suicídio, é inevitável a pergunta: “O que antecede o ato?”. A resposta é complexa, múltipla e nunca esgota todas as dimensões envolvidas. Prevenir não é ter todas as respostas. Prevenir é estar presente, abrir caminhos, criar redes de apoio e facilitar o acesso ao cuidado em saúde mental especializado”.
O secretário da Administração Penitenciária, João Alves, com agenda em João Pessoa, foi representado pelo diretor da Penitenciária de Segurança Máxima de Campina Grande, Leandro Batista. O Tenente Andrade representou o Corpo de Bombeiros Militar, em Campina Grande. A superintendente adjunta do Núcleo da Polícia Científica, Zênia Castro, representou o IPC local, que teve ainda Vitor Bellas - Perito Criminal, Sub-chefe do Núcleo de Criminalista.
Ainda participaram do evento Isabel Figueiredo, Diretora do Sistema Único de Segurança Pública, Professor Maylcon Theodoro, Coordenador Geral de Programa Escuta SUSP, pela Universidade Federal de Minas Greais, além do policial penal Ronaldo Porfirio, representando a Central Integrada de Alternativas Penais da Paraíba – CIAP-PB.
Setembro Amarelo
Setembro Amarelo é agora política pública nacional - A Lei n.º 14.549, de 13 de abril de 2023, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, elevou a posição da campanha Setembro Amarelo a uma política pública nacional. A legislação institui o mês de setembro como o Mês Nacional de Conscientização sobre a Saúde Mental e a Prevenção do Suicídio, garantindo a continuidade das ações em todo o território brasileiro.
A sanção da lei reforça o compromisso do governo com a promoção da saúde mental e com o enfrentamento dos desafios relacionados à automutilação e ao suicídio. Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2023, mais de 16,8 mil óbitos por suicídio foram notificados no país, evidenciando a urgência e a relevância do tema.
A legislação estabelece que, anualmente, durante o mês de setembro, serão realizadas campanhas informativas e educativas em todo o país. As ações terão como objetivo:
— Informar a população sobre os riscos e sinais de alerta de automutilação e suicídio;
— Orientar sobre os recursos e serviços disponíveis para apoio e tratamento;
— Reduzir o estigma e o preconceito associados aos transtornos mentais.
— Estimular a busca por ajuda profissional e o fortalecimento de redes de apoio.
A lei também incentiva a participação de órgãos públicos, instituições de ensino, organizações não governamentais e da sociedade civil na promoção de atividades como palestras, eventos e iluminação de prédios públicos com o cor amarelo. Essa mobilização conjunta busca ampliar o diálogo sobre o tema e oferecer suporte a quem precisa.
A iniciativa reforça o compromisso da instituição com a ressocialização e o cuidado com a saúde mental das pessoas privadas de liberdade, destacando a importância do diálogo e da conscientização sobre o tema.
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Ascom-Seap/PB
Texto e imagens: Josélio Carneiro
Edição/Revisão: Josy Gomes Murta