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Projeto “Castelo de Bonecas” celebra 13 anos com anúncio de expansão e novo espaço na Penitenciária Feminina da Paraíba
A Penitenciária de Recuperação Feminina Maria Júlia Maranhão, em João Pessoa, comemorou, nesta segunda-feira (28), os 13 anos do projeto de ressocialização “Castelo de Bonecas”, referência no Sistema Prisional da Paraíba. O evento contou com a presença da primeira-dama do Estado, Ana Maria Lins, que destacou a importância da iniciativa e anunciou a construção de um novo espaço para o projeto, ampliando as atividades e incluindo mais reeducandas na ação.
“Vocês que fazem o Castelo de Bonecas são provas de que essa política pública tem dado certo, e de que é possível mudar de vida e construir um novo futuro. 'Para fortalecer ainda mais esse projeto, trago uma importante notícia para vocês: o governador João Azevêdo já autorizou a construção das novas instalações do Castelo de Bonecas', o que vai permitir a ampliação das atividades e a inserção de novas mulheres nessa política de reinserção social, assegurando mais capacitação profissional e representando um divisor de águas no caminho para a liberdade e o retorno à sociedade”, afirmou a primeira-dama.
O secretário de Administração Penitenciária, João Alves, também presente na solenidade, ressaltou a expansão da iniciativa para outras unidades do estado: “Temos, hoje, dentro das unidades prisionais, profissionais de diferentes níveis de formação, inclusive de nível médio, que colaboram diretamente para a ressocialização dos internos. Neste momento, por exemplo, estamos trabalhando na reforma do Presídio Feminino de Patos, onde o Projeto Castelo de Bonecas também será implantado. A profissionalização dos nossos reeducandos e reeducandas tem avançado cada vez mais, e isso reforça o nosso compromisso com políticas que transformam vidas e oferecem novas oportunidades.”
Durante a cerimônia, a psicóloga da Penitenciária Júlia Maranhão, Sophia Adelino, comemorou o aniversário do projeto e evidenciou o seu impacto transformador: “São 13 anos de alegrias, vivências e persistência na certeza de que cada pessoa tem em si um potencial a ser desenvolvido e aprimorado. O Castelo de Bonecas não é somente um projeto de ressocialização: ele é oportunidade, é o despertar do empreendedorismo, é o investimento em capital humano, é a aposta na mudança – na boa mudança. Fazer parte do Castelo de Bonecas é fazer parte de uma história que soma pequenos e grandes esforços e que, há 13 anos, vem resultando em sucesso.”
João Rosas, gerente de Ressocialização (Seap-PB), também enalteceu a importância do projeto: “O Castelo de Bonecas é um exemplo de como o trabalho e a capacitação podem transformar realidades dentro do sistema prisional. Trata-se de uma iniciativa que alia dignidade, criatividade e esperança. É gratificante ver o protagonismo dessas mulheres que, por meio do artesanato, constroem novas perspectivas de vida.”
A diretora da unidade, Cinthya Almeida, relembrou os desafios enfrentados e comemorou a consolidação da ressocialização como política nas unidades prisionais do estado. Parceira do projeto, a empresa Kassuá revelou que as bonecas confeccionadas pelas internas já foram enviadas a diversos estados do Brasil e até para países como Canadá e França.
As reeducandas da Júlia Maranhão também relataram como a atividade impacta positivamente na saúde mental e no processo de reconstrução pessoal. A apresentação do coral feminino “Vozes Passageiras”, ao lado da cantora Mira Maya, emocionou o público presente, encerrando a cerimônia com sensibilidade e arte.
Projeto Castelo de Bonecas
Criado em 2012, o “Projeto Castelo de Bonecas” surgiu de forma espontânea e se transformou em um ateliê coletivo que já capacitou mais de 100 mulheres privadas de liberdade, muitas das quais seguiram atuando como artesãs após o cumprimento da pena. Atualmente, 14 internas participam diretamente da produção, que chega a 300 peças por semana. O projeto também garante renda para as participantes e contribui para a remição de pena.
A renda obtida com as vendas é dividida entre as internas e a manutenção do projeto, que participa do Salão do Artesanato Paraibano, em João Pessoa, durante a alta estação, e no Salão do Artesanato de Campina Grande, no período das festas juninas – um dos momentos de maior fluxo turístico da cidade. A nova estrutura anunciada deverá ampliar ainda mais o alcance e o impacto da iniciativa.
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Ascom-Seap/PB