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Projeto de reflorestamento desenvolvido por estudantes da ECIT Cuité conquista premiação do Solve for Tomorrow Brasil
O ar quente, poucas árvores e áreas degradadas no Cariri paraibano, se tornou objeto de estudo para o desenvolvimento de um projeto que ajudasse no reflorestamento da região. Cinco estudantes da 3ª série do Ensino Médio e dois professores orientadores, da ECIT Jornalista José Itamar da Rocha Cândido, localizada na cidade de Cuité, criaram o foguete Arboris. O projeto conquistou nesta terça-feira (02), a premiação por Júri Popular do Prêmio Solve for Tomorrow Brasil, iniciativa global da Samsung que estimula estudantes do Ensino Médio de escolas públicas a identificar problemas reais e desenvolver soluções baseadas em ciência e tecnologia.
A equipe Apollo SPX (Solid Propellant Experiment) formada pelos estudantes Bruno Kauã Macêdo Silva, Maria Helena Lopes, Nícolas Nascimento Cunha, Wescle marcel santos Silva, Lucas Gabriel Azevedo Santos e Victor Gabriel Lucena Santos, junto aos professores orientadores Priscila da Silva Santos e Hilton Sabino de Araújo Junior, participaram do evento de premiação realizada na Cinemateca, na cidade de São Paulo. A equipe ficou entre os dez melhores projetos desta 12ª edição do Solve for Tomorrow.
“É muito legal estar participando aqui do Solve. Está sendo uma experiência muito boa. O nosso projeto é muito e está mudando nossas vidas. Conseguimos melhorar o nosso protótipo Arboris na etapa semifinalista e chegar na etapa final. E eu acho que vai ser um grande incremento na nossa carreira, no nosso currículo, e uma experiência para a vida, a participação do Solve for Tomorrow”, contou o estudante Bruno Kauã.
O intuito do foguete Arboris é promover o reflorestamento e a agricultura familiar no semiárido, além de ser utilizado para educação ambiental. Outro foco da iniciativa é cumprir dois Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) no Brasil proposto pelas Nações Unidas. A equipe elencou dois objetivos, o ODS 13. Ação Contra a Mudança Global do Clima - Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos, e o ODS 15. Vida Terrestre - Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade.
O protótipo de alta potência e baixo custo de produção pode chegar a 3 km de altura e 1,5 km de distância. O foguete foi confeccionado com metal, impressão 3D e fibra de vidro, e o combustível utilizado é o KNSU, uma mistura de fertilizante a açúcar. Após ser lançado, o foguete chega na altura máxima e é acionado o paraquedas acoplado no topo do protótipo e ao diminuir a velocidade no momento da descida as sementes e fertilizantes são liberados gradativamente.
As sementes utilizadas são envolvidas em cápsulas, chamadas de pellet, produzidas com argila, areia peneirada, húmus retirados do solo da região para proteger o grão durante o lançamento, garantir os nutrientes e ajudar na germinação, mesmo em contato com um solo seco e desnutrido. Todas as sementes utilizadas são de árvores nativas da região como jurema preta, angico, guandú, juazeiro e imburana de cheiro.
Cada pellet utilizado custa em média R$ 0,13 centavos tornando todo o projeto acessível, já que a confecção do foguete também tem um baixo custo. O foguete pronto em média custa deverá custar em torno de R$ 700,00 inicialmente para adquirir o equipamento, em seguida fica apenas o valor do combustível de cada lançamento, o que deverá custar R$ 100,00. Cada lançamento pode ser lançado até cinco quilos de pellet.
De acordo com a professora idealizadora do projeto, Priscila Silva, a iniciativa surgiu da paixão pelo bioma da caatinga e da ciência, mais especificamente na área da Steam. Um foguete reutilizável que possa semear áreas degradadas com um valor muito mais acessível, já a utilização de drones para fazer esse trabalho custa em média de R$ 50 mil.
“Escrevemos o nosso projeto no Solve for Tomorrow, uma iniciativa da Samsung, e dentre quase 3 mil projetos, ficamos entre os 10 finalistas. E foi incrível essa participação, esse reconhecimento da premiação que nós conquistamos, o reconhecimento também da população da Paraíba, que votou na equipe, no júri popular. E foi incrível participar dessa imersão de tecnologia, de ciência, com pessoas diretamente ligadas à Unesco, ao Mec e à própria Samsung, ofertando toda essa experiência e incentivando a ciência. Para nós uma escola pública de ensino médio, que vem do Nordeste, da nossa Paraíba, isso tudo foi incrível”, frisou.
Os primeiros testes do foguetes Arboris estão sendo realizados pela equipe Apollo SPX (Solid Propellant Experiment), no Sítio Brandão, onde os estudantes encontraram os desafios de um terreno degradado, mas também a beleza do bioma da caatinga.