Governo realiza primeiro transplante cardíaco pediátrico da Paraíba

O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e da Central de Transplantes da Paraíba, realizou na manhã desta sexta-feira (21), o primeiro transplante infantil da rede estadual, um marco inédito na história do SUS na Paraíba. A cirurgia ocorreu após a Central Estadual de Transplantes registrar, no Hospital de Trauma de Campina Grande, a doação do 14º coração do ano – órgão que foi destinado a um adolescente de 14 anos, de Santana dos Garrotes, que sofria de uma cardiopatia rara. Na mesma captação, também foram doados fígado, rins e córneas, totalizando a 40ª doação de múltiplos órgãos de 2025.

O doador foi um homem de 30 anos, vítima de um trauma cranioencefálico grave. Ele estava internado na UTI do Hospital de Trauma, onde a morte encefálica foi identificada após rigoroso protocolo de exames clínicos e de imagem.

Durante o deslocamento da UTI para o centro cirúrgico, o doador e seus familiares receberam a homenagem do ‘cortejo da vida’, um corredor humano marcado por aplausos.

O secretário de estado da Saúde, Ari Reis, destacou que a ação integrada, que mobilizou uma operação aérea e terrestre para a realização do transplante.

“A captação dos órgãos começou por volta das 6h. O coração foi o primeiro a ser retirado e seguiu de helicóptero do Grupamento Tático Aéreo (GTA) diretamente do heliponto do próprio Hospital de Trauma até o Hospital Metropolitano, em Santa Rita, onde encontrou seu receptor: um adolescente de 14 anos, pra receber o primeiro transplante cardíaco pediátrico da rede estadual. Um marco na assistência em saúde pública”, explicou.

Essa também foi a primeira atuação do GTA após o treinamento realizado na quarta-feira (19) com equipes envolvidas no transporte de órgãos, como ressalta a coordenadora da OPO de Campina Grande, Marcella Belo.

“O curso foi realizado há dois dias e hoje já tivemos a oportunidade de colocar em prática as instruções recebidas, garantindo mais segurança das equipes e mais agilidade no transporte do coração, já que cada minuto importa”, disse.

O fígado, rins e córneas foram destinados a pacientes que aguardavam na lista de espera. A diretora da Central de Transplantes, Rafaela Dias, destaca que o número de corações doados em 2025 já ultrapassa o total do ano passado. “Ainda nem finalizamos o ano e já temos 14 corações doados, enquanto em 2024 registramos 12. Um aumento de cerca de 16% que, além dos números, significa vidas salvas”, afirmou.

Rafaela lembra ainda que, em 2025, a lista de espera para transplante de coração foi zerada. “Em setembro, alcançamos um marco histórico: pela primeira vez, conseguimos zerar a lista de espera. E agora, mais uma vez, comprovamos que o nosso trabalho tem dado resultado. Também destaco a generosidade das famílias doadoras, pois sem elas nada seria possível”, completou.

Este ano, a Paraíba já realizou 202 transplantes. Outras 806 pessoas ainda aguardam por um órgão.